quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Looks Urbanos

STEAMPUNKS



Leag of STEAM commercial


Curioso o estilo desta tribo, que combinam elementos da Era Vitoriana do fascínio das máquinas do final do século XIX com as modernidades deste século. O movimento nasceu nos Estados Unidos no final do anos de 1980, ganhou a Europa, especialmente Londres, Paris e Berlim e também tem adeptos no Brasil.
Os steampunks se autodenominam retrofuturista, ou seja, misturam passado e futuro tanto no comportamento quanto no estilo.Sua principal inspiração vem da Inglaterra do século XIX, ou a era vitoriana, quando os homens usavam cartolas, bigodes grandes e caídos e as mulheres espartilhos. Tempo também dos motores a vapor ( daí o termo que significa vapor em inglês) e das grandes invenções. Eles olham para o futuro, mas abomina produtos em sério. Por isso, costumam das toques pessoais a esses objectos - como costumizar uma TV de tela plana, computadores com teclado de cobre e etc. tudo no estilo vitoriano.
Os Esteampunks, é um estilo normalmente associado ao cyberpunk e, assim como este, tem uma base de fãs semelhante, mas distinta.
Cyberpunks
 Os cyberpunk significa também uma subcultura, uma vez que dele fazem parte a mistura entre a música eletrônica e o rock, moda, animações, quadrinhos, etc.é conhecido por seu enfoque de "Alta tecnologia e baixo nível de vida" ("High tech, Low life") e toma seu nome da combinação de cibernética e punk. Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética junto com algum grau de desintegração o mudança radical na ordem social. De acordo com Lawrence Person: "Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros despóticos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano."
Segundo William Gibson, em seu livro Neuromancer, o indivíduo ciberpunk é uma espécie de "pichador virtual" que se utiliza de seu conhecimento acima da média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes corporações, sob a forma de vandalismo com cunho depreciativo, a fim de infligir-lhes prejuízos sem, contudo, auferir qualquer ganho pessoal com tais actos.
Mais fotos steampunks:


Óculos

 
Retrophone
steampunk moda
Um Computador Pessoal em estilo Steampunk.
Science fiction city

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quinta-feira, 29 de julho de 2010

A ESCOLA DOS BICHOS

Era uma vez um grupo de animais que quis fazer alguma coisa para resolver os problemas do mundo. Para isto, eles organizaram uma escola.
A escola dos bichos estabeleceu um currículo de matérias que incluía correr, subir em árvores, em montanhas, nadar e voar.
para facilitar as coisas, ficou decidido que todos os animais fariam todas as matérias.
O pato se deu bem em natação, até melhor que o professor! Mas quase não passou de ano na aula de voo e estava indo muito mal na corrida, Por causa de suas deficiências, ele precisou deixar um pouco de lado a natação e ter aulas extras de corrida. Isto fez com que seus pés de pato ficassem muito doloridos e o pato já não era mais tão bom nadador como antes, mas, estava passando de ano e este aspecto de sua formação não estava preocupando a ninguém - exeto, claro, ao pato.
O coelho era de longe o melhor corredor, no princípio, mas começou a ter tremores nas pernas de tanto aprender natação.
O esquilo era excelente em subida de árvores, mas enfrentava problemas constantes na aula de voo, porque o professor insistia que ele precisava decolar do solo e não de cima de um galho alto. Com tanto esforço, ele tinha câimbras constantes e foi apenas " regular " em alpinismo e fraco na corrida.
A águia insistia em causar problemas, por mais que a punissem por desrespeito à autoridade. Nas provas de subida de árvore era invencível, mas insistia sempre em chegar lá da sua maneira...Na natação deixou muito a desejar...

Moral da história

Cada criatura tem suas capacidades e habilidades próprias, coisas que faz naturalmente bem, mas quando alguém o força a ocupar uma posição que não lhe serve, o sentimento de frustração e até de culpa, provoca mediocridade e derrota total.
Deus não nos fez iguais. Ele nunca quis que fôssemos iguais. Foi Ele quem planejou e projetou as nossas diferenças, nossas capacidades especiais.

Portanto, descubra em você estas qualidades e desfrute de sua paz interior...Descubra seus dons naturais...

DEPENS

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Análise da obra de: Hannah Höch - Cut with the kitchen knif( Contato com faca de cozinha)

Hannah Höch - Cut with the kitchen knif – Em suas foto montagens (1889-1978), que integrou o Dada Berlin, aplica estratégias de apropriação e justa posição de fragmentos visuais retirados de reproduções fotográficas de objetos artísticos, artefatos etnográficos ou registros do cotidiano, retirados de revista ou jornais, para reinventar e problematizar o seu sentido pela confrontação aleatória de objetos aparentemente contraditórios.
Inicialmente observamos a cara de Einstein que saiu na capa da revista "Berliner Illustrierte Zeitung" . Podemos observar que a representação dos elementos do passado não pretendendo seguir uma entidade unitária e linear, fazendo a junção do passado com o presente, uma inequívoca fragmentação do presente.
Hannah Höch diz “que o nosso único propósito era integrar os objetos do mundo das maquinas e da indústria no mundo da arte.”
Cut with the kitchen knif (1889-1978), foi apresentada ao público pela primeira vez em 1920 na 1ª exposição internacional Dada, na galeria Dr. Ott Burchard em Berlim.
O movimento Dada tinha como proposta converter a técnica em ausência de técnica, ou seja, firmar a transgressão do caráter tradicional da arte, recusando a própria definição de movimento artístico para sua identificação.
Hannah Höch não se identifica como feminista, mas desenvolve seu trabalho numa sociedade que começa a ser confrontada pela crescente participação da mulher no mercado de trabalho, o que se verifica nesta foto-montagem pela a inclusão de fotografias de mulheres de destaques nas áreas de, literatura, desporto, teatro ou dança.
No registro gráfico do ritmo mecânico da cidade, alia-se uma percepção da sua vivencia, povoada por uma crescente cultura de massas, com sucessivas ocupações do espaço publico, que utiliza e desvenda as contradições de sua excessiva manifestação.
É ainda perceptível uma nova consciência sobre a representação da imagem em movimento, implícita a outras manifestações artísticas da época como o movimento futurista. Benjamin defende que a radicalidade do movimento Dada, propõe a contemplação do escândalo e do choque, que é a principal percepção social da obra, é, no entanto o cinema e a proposta de registro da imagem em movimento que se tornaram constituintes do efeito de choque que determina a ruptura que caracteriza toda modernidade. A projeção cinematográfica não se constituiu apenas como uma nova forma de reprodução artística, mas antes como modo de distintivo de percepção estética.
O objeto artístico exige veneração, contemplação e concentração por parte do espectador e privilegia o caráter solitário e imperturbável como o que aparece no interior da obra, é exatamente esta condição social e individual de acesso a obra que é alterado pelo cinema.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Moda

Sandália com meia?

Chega de ficar na dúvida! Glória Kalil, consultora de moda, diz em seu livro, Chic (Ed. Senac, R$ 18), que a dupla é válida, sim: "Trata-se de uma soma correta, especialmente em noites formais. Escolha meias que não trazem reforço nos dedos e no calcanhar". As sandálias, no entanto, devem ser mais fechadas. E, se a meia for cor da pele, só com calçado fechado.

Acerte na roupa
Vestido ideal para quem tem pernas grossas e quadris largos:
Prefira modelos com corte A, que disfarçam os quadris largos, o comprimentos deve ser longo ou na altura dos joelhos. Intens que terminam no meio da canela evidenciam a reg~ião, fazendo com que pareça mais grossa. O calçado deve ser sempre, com soltos grossos e sem fivela nos tornozelos. Se gosta de estampas, use-as na parte de cima da produção ou no look inteiro.

Amílcar de Castro

A obra de Amílcar de Castro, com a de outros artistas significativos de sua geração é muito mais rica e variada do que os estudos e o material iconográfico existentes a seu respeito.  As limitações do tempo e recursos obrigou-nos a excluir do livro momentos da atividade do artista: seu trabalho como diagramador nas décadas de 50 e 60, e os desenhos e gravuras coloridos nos últimos anos. Coleção própria do artista. A datação das obras, só é assegurada pela margem de uma década pois Amilcar tem o habito de datar apenas seus desenhos.
Os textos de Ferreira Gullar e Helio Oiticica sobre as esculturas de Almicar de Castro denominados textos neoconcretos dão uma idéia do clima intelectual e artístico em que o artista constituiu os passos decisivos de sua obra.
As obras de Amílcar de Castro como toda escultura em geral, não são fáceis de fotografar. Pedro Franciose teve que captalas em condições de luz e ambiente muito diverso.
O projeto gráfico de Rodrigo de Andrade, Fábio Miguez, Paulo Monteiro, Germana Monte-Mor e Márcia Pastore procurou assemelhar-se a sua visualidade, aos cortes, ao ritmo e mesmo ao peso das obras do artista.
Sua obra tem representado persistência, rigor e esperança para que os que se decidem pela arte.
Submeter um elemento a contornos severos pode ser uma maneira de trazê-lo à tona, retira-lo da indiferença que a ausência de limites produz. Acontece também desses recortes sobre saírem em demasia visando formas insensíveis ao material que lhes dá realidade. Trabalho de Amilcar de Castro precisa adquirir os significados de precisão e parcimônia. Traços econômicos, poucos cortes que determinam a estrutura da enorme força – proporciona uma dimensão moral e critica admirável.
A nesses trabalhos uma ética do risco. Gestos e práticas produzem desdobramentos incontornáveis. O mundo que surge nessas obras tem uma carne resistente. Essas formas procuram a maneira de se livrarem das unidades monolíticas e dos nexos aparentemente inelutáveis.
A multiplicidade de relações retirada da mansidão de um retângulo, por exemplo: peças de cortes, sem dobra – é a prova cabal de que o mundo contem um amplo potencial de sentidos.
A precisão dos traços e a presença ostensiva do ferro – uma combinação que não se alcança facilmente.
As relações configuradas num objeto de arte a condição de modelo para as demais relações – tem grande importância nesses trabalhos.
Sua ligação com o construtivismo, que tanto o partido tirou dessa nação, se mostra também na determinação formal acentuada e na vontade de ordenação.
Nas esculturas e desenhos, Amilcar de Castro se impõe uma dificuldade extremamente produtiva a ressaltar também o que há de problemático no universo construtivista.
O meio que partem essas figuras tem uma importância considerável. A oposição do ferro as torções – a ausência de solda nas peças não é causal – a pouca liquidez das tintas dos desenhos – seus aspectos ásperos e secos estão a indicar que existe, ao menos aqui, um elemento que emperra as formalizações por demais unívocas.
Amilcar de Castro costuma repetir que “alumino não tem caráter, sua maleabilidade disponibiliza a varias modulações. O alumínio – parece não sentir a passagem do tempo.
Já na escultura de Amilcar de Castro a ferrugem das superfícies testemunha o encontro de dois tempos muitos diversos, injunção de ordem variada.
O otimismo construtivista precisa conviver com o lastro possante – passa que imobiliza agenciamento abrupto e teria a leveza do primeiro dia.
Como a ferrugem é toda herança colonial que venha a tona. Sobre a clareza formal dessas peças sobre o frescor de articulações tão límpidas pesa a lembrança de arcaísmo social que se pode reverter apenas com estruturas complexas e relação decidida.
Entre a corrosão da ferrugem e o traçado cristalino, entre a crueza do minério e a pureza do metal surge atividade que conduz de um a outro. Nas esculturas as minas gerais vão muito alem do localismo geográfico e anedótico – esforço insano de extrair riqueza do solo permanece nelas.
Sabendo recompor as chapas de ferro, mas uma camada espessa de trabalho bloqueia essa aproximação. Por isso passo empregado na construção das obras é insuficiente para apreendê-las ou pacificá-las – procedimento que impedem que caminhemos sobre suas pegadas, no intuito de resgatarmos seus sentidos.
São questões de ordem que levantam uma forte objeção ao cosmopolitismo construtivista.
Amilcar pode ver na IV bienal de São Paulo, em 1957 do escultor espanhol Oteiza, que tiveram importância em sua formação – caixas vazias, por exemplo, mostra ao delírio da ordem ortodoxia construtiva – sem necessidade de ordenar.
Clareza estrutural – a lucidez do projeto precisa incorporar a opacidade social que materializa.
Precisão dos cortes, lado bruto e pesado – origem em uma história cruel, impossibilitando autonomia dos procedimentos.
Aquecer, cortar, dobrar, deslocar, podem descrever atividades dignificantes, a submeter a designos humanos – mas também para indicar tarefas exaustivas.
Os bólides de Hélio Oiticica – de quem Amilcar foi companheiro neoconcretismo – tinham a capacidade de produzir cores encardidas. Nas esculturas de Amilcar de Castro é o estranhamento obtido entre a vontade de ordem e a resistência das coisas que ressalta o trabalho presente nas obras afastamento a ilusão de estruturas cristalinas. Se repelem a idéia de procedimentos possíveis a serem reconstituídos perceptivamente.
Nas peças, sobressaem características particulares. A densidade do ferro, a violência dos golpes, torna-o mais lento.
Mesmo nos desenhos, onde a gestualidade se acentua, boa parte vivacidade advém dos rastros deixados pelo pincel ou pela vassoura – ou seja, estrias que apontam ausência de uma substancia fluida.
 A respeito da obra de Amilcar de Castro – seja correto falar de um predomínio expressivo da matéria. Tencionadas, estiradas ou deslocadas, as superfícies tem suas presença acentuada – reforça a firmeza dos elementos, inviabilizando sua sublimação. Pelas partes vazadas aragem abranda uma suave dispersão, tornando-as mais generosas, as tocas com o meio. Mas os contatos vão alem de um delineamento poético do espaço.
Franz Weissmann – com quem Amilcar estudou no final da década de 40 – procura, sim, esse sutil ordenamento espacial, compensando a continuidade do mundo por meio de modulações complexas.
As cores vivas que cobrem as chapas metálicas mostram bem que a preocupação de Weissmann volta – se mais para esse cadenciamento espacial do que para uma intensificação da presença das coisas.
O colorido forte limita o vazio convertendo em qualidade o que era quantidade o que era quantidade.
Nas esculturas de Amilcar, tem uma beleza pictórica inegável. Sua porosidade torna as chapas mais leves, da à atmosfera um poder de corrosão que não se vê nos trabalhos de Weissmann.
O modo de deliminar – sua maneira de criar e articular espaços e coisas, também diferencia a arte de Amilcar de outros importantes artistas neoconcretos.
O desdobramento formal que superasse o contraste entre figura e fundo levou Hélio Oiticica e Lygia Clark a trazer seus trabalhos para o espaço, colocando em liberdade aos limites pelo plano pictórico.
Lygia Clark, percurso que leva a superfícies moduladas ao túnel – passando pelos bichos, trepantes, obras moles a casa é o corpo, boba antropofágica entre outros – movimento quase paradoxal: trajetória do plano ao volume gera formas cujo é de uma interioridade crescente.
Para vários artistas neoconcretos o esforço para romper com a separação arte-vida levou paradoxalmente, a supressão de toda alteridade por meio de uma identificação da experiencia estética com a criação de mundos altamente intensos e sem fissuras.
Na obra de Amilcar de Castro o importante está em salientar a irredutibilidade da existência a vivencias particulares.
Existe monumentabilidade – deriva da dimensão impessoal por sua dinâmica.
Traçam limites entre limites entre regiões tao distintas e configurados descartam a sedução da indiferenciação.
Amilcar estudou com Guignard na década de 40, ficou a clareza definida por Guignard nas aulas de desenho.
A insistência para que os alunos usassem lápis duro, exigiam decisão no traço, pois os livros não tinham conserto.
A comparação da obra dos dois artistas vai alem das diferenças estéticas.
Guignard – leva ao limite trauma que marca a arte brasileira. Sua pintura (paisagens) – tem qualidade indiscutível – onde nada alcança definição precisa – cores e planos se misturam e se combinam. Parece ocultar realidade mais intensa (? percepção).
Já Amilcar, se rejeita a formalização demasiada univoca de certo construtivismo trabalha para concretizá-lo.
A monumentalidade desse movimento deve afastar qualquer dimensão simbólica.
A aversão de Guignard aos limites se transforma na obra de Amilcar, na alegria de multiplicar as relações e os espaços.
As esculturas de corte e deslocamento, sem dobras – que começão a ser feitas na década de 70 não são extrovertidas.
A expressura das chapas nesses trabalhos chega a 4 polegadas.
O corte e a dobra têm no máximo 2 polegadas.
Elas não demonstram a mesma desenvoltura das esculturas de corte e dobra. Cismadas, elas teimam em ser mais lugar que espaço.
As linhas que correm no interior dos blocos de ferro produzem um contraste com essa contenção.
Pelas trilhas abertas o maçarico passa uma luz fina forte para construir desenhos.
A luz que secciona as chapas de ferro não teria capacidade de corte se não sofresse um estreitamento que lhe fornece gume.
Amilcar vê grande afinidade esculturas de corte e a pintura de Morandi.
O tonalismo morandiano – à semelhança das superfícies ferruginosas de Amilcar – não é indicador de transições indolentes.
A vizinhança entre os objetos e o espaço quer lançar condições de um processo de diversificação substantivo, no qual as ores precisam conquistar um estatuto grave, a indicar resistência das coisas, em lugar de adjetivá-las.
Em toda obra de Amilcar de Castro original é a forma capaz de se mostrar da maneira mais evidente, a partir de intervenções rigorosas que recusem o recalque da matéria que lhe dá realidade.
Amilcar de Castro fez com mestria esculturas, desenhos – pinturas, gravuras, cerâmicas e trabalhos gráficos inaugurais.
A capacidade de passar de um meio a outro sem perder a tensão que move sua obra dá provas da dimensão de seu fazer e de sua política. Mas, sobretudo demonstra a veracidade e a sinceridade de sua arte. O reconhecimento e o respeito aos diferentes materiais e atividades e o modo generoso de conquistar a forma são o testemunho definitivo de grandeza dessa ação e dessa obra.
1. Boa parte das esculturas usa aço cor-ten que tem peculiaridade de enferrujar apenas até um determinado ponto, a partir do qual a oxidação cessa.
2. Estudou escultura figurativa com Weissiano, não pressupõe a comparação dos dois artistas, apenas seus traços são semelhantes que surgiu posteriormente.

Texto de Rodrigo Naves
Ensaio de Ronaldo Brito
Fotografias de Pedro Franciosi
Organizado por Alberto Tassinari
Cosac & Nayfe edições São Paulo, 1997.

Amílcar de Castro - Depoimentos

Paulo Sérgio Duarte

DUARTE, Paulo Sérgio. Amilcar de Castro ou a aventura da coerência. Novos Estudos Cebrap. N. 28, p. 152-158.
“As esculturas de Amilcar querem explodir, e a explosão está latente no movimento virtual da placa que quer se desdobrar e se encolher, da superfície que com uma força viva se ergue do chão e se imobiliza na véspera de um novo movimento jamais precipitado.”

Ferreira Gullar

GULLAR, Ferreira. Esculturas de Amilcar de Castro. In: AMARAL, Aracy (Org). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. p. 241.

“Já na escultura de Amilcar de Castro a ferrugem das superfícies testemunha o encontro de dois tempos muito diversos, sinal de que as formas sofrem injunções de ordem variada.”

Frederico Morais

MORAIS, Frederico. O campo tridimensional: esculturas, relevos, objetos e instalações. In: TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. 2. ed. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naif, 1999.

“Amilcar de Castro entende suas litografias como desenhos velocíssimos: não propõe para elas nenhum mistério, sendo a arte cotidiana.Interpreta a litografia nas proximidades não só do projeto, mas também da escultura realizada. A interpretação escultórica da litografia propõe a hipótese de que a dobra e a ferrugem da escultura são os interpretantes da figura geométrica e do gesto livre, respectivamente. Na analogia, o irregular emoldura o regular, como o bananal, o precioso: a ferrugem envolve e valoriza a obra.”

Modernismo no Brasil

O século XX inicia-se no Brasil com fatos que vão moldando sua fisionomia. Foi um período de progresso técnico, criação de novas fábricas com lucros obtidos através café. Uma grande massa de imigrantes contribuiu para seu crescimento e alteração de sua estrutura social chegando a quase 1 milhão de novos habitantes em oito anos.
Em São Paulo, cerca de 70.000 operários realizam uma paralisação organizada pelo movimento anarquista a questionar o capitalismo paulista.
Esses tempos novos vivem então, “à espera de uma arte nova que exprima a saga desses tempos e do porvir”. (Mario da silva Brito, História do Modernismo Brasileiro, p.24).
O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a segunda de 1930 a 1945. A primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador de idéias modernistas.
Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais; promoção de uma revisão de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros.
Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de expressão.
Entre os fatos mais importantes, destacam-se a publicação da revista Klaxon, lançada para dar continuidade ao processo de divulgação das idéias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta.
Esses movimentos representavam duas tendências ideológicas distintas, duas formas diferentes de expressar o nacionalismo.
O movimento Pau-Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural, na aceitação e valorização das riquezas, contrastes da realidade e da cultura brasileira.
A Antropofagia, a exemplo dos rituais antropofágicos dos índios brasileiros, nos quais eles devoram seus inimigos para lhes extrair força, Oswald propõe a devoração simbólica da cultura do colonizador europeu, sem perder nossa identidade cultural.
Em oposição a essas tendências, os movimentos Verde-Amarelismo e Anta, defendiam um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo.
Dentre os muitos escritores que fizeram parte da primeira geração do Modernismo destacamos Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.

O nascimento de uma nova arte e a Semana de 22

Essa arte nova inicia-se através da crítica de Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Mario de Andrade e outros, que vão se conscientizando do tempo em que vivem. Oswald de Andrade alerta para a valorização das raízes, que deve ser ponto de partida dos artistas brasileiros. Assim, cria movimentos como o Pau-Brasil, expondo suas idéias renovadoras junto a grupos de artistas em torno de uma nova proposta estética. Antes dos anos 20, em São Paulo, são feitas duas exposições que concretizaram a arte moderna para os brasileiros: a de Lasar Segall em 1913, e a de Anita Malfatti, em 1917.A  exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com aos adeptos da arte acadêmica. Monteiro Lobato afirma que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não depende do tempo nem da latitude”p. 26. Já Mario de Andrade contradiz de uma forma clara as idéias em que se dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado os que pretendiam que a arte fosse uma cópia fiel do real; do outro, os que almejavam tal liberdade criadora, que não se sentisse cercado pelos limites da realidade.Essa divisão de estética conservadora e renovadora prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Estes eventos foram o marco mais concretizador de uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte. Otávio Paz que é característica do moderno a tradição de ruptura. E, de forma aparentemente contraditória, diz: “O que distingue a modernidade é a crítica: o novo se opõe e essa oposição é a ‘continuidade’ da tradição”. Essa noção se soma à idéia da Modernidade como “filha do tempo retilíneo: o presente não repete o passado e cada instante é único, diferente e auto-suficiente”. Percebemos três dados fundamentais sobre o fenômeno da Modernidade: a tradição da ruptura, a tradição na continuidade de oposição ao passadismo, o presente como experiência singular. Quando ela deixou de ser crítica, como aponta em relação da vanguarda atual, assinala-se o fim da Modernidade, através de uma prolongação do “moderno”, “tradição que se mobiliza”, passando-nos na verdade a imagem da perda de sua vitalidade. (Octávio Paz, “Invenção, subdesenvolvimento, modernidade”, in signos em rotação, São Paulo, Perspectiva, 1972.

O expressionismo chega ao Brasil

Antes do modernismo de 1922, o Brasil teve com Lasar Segall (1981-1957) seu primeiro contato com a arte inovadora que era feita na Europa.Segall nasceu em Lituânia, estudou pintura na Alemanha em 1906, em 1913 realizou no Brasil uma exposição já com características expressionistas. Volta à Alemanha e permanece até 1923. Nessa época, seu desenho anguloso e suas cores fortes expressam paixões e sofrimentos. Exemplo: Família enferma e em Dois Seres (1920). Em 1924, passou a residir definitivamente em São Paulo. Desde então, sua pintura assumiu uma temática brasileira: seus personagens agora são mulatas, prostitutas e marinheiros; sua paisagem, favelas e bananeiras. Exemplos as telas Mãe Preta e Bananal.Em 1929, dedica-se à escultura em madeira, pedra e gesso. Entre 1936 e 1950, sua pintura volta para os temas de sofrimento e solidão. São dessa época as telas: Prongrom, Navio de Emigrantes, Guerra, Campo de Concentração e entre outras.

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