segunda-feira, 21 de junho de 2010

O nascimento de uma nova arte e a Semana de 22

Essa arte nova inicia-se através da crítica de Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Mario de Andrade e outros, que vão se conscientizando do tempo em que vivem. Oswald de Andrade alerta para a valorização das raízes, que deve ser ponto de partida dos artistas brasileiros. Assim, cria movimentos como o Pau-Brasil, expondo suas idéias renovadoras junto a grupos de artistas em torno de uma nova proposta estética. Antes dos anos 20, em São Paulo, são feitas duas exposições que concretizaram a arte moderna para os brasileiros: a de Lasar Segall em 1913, e a de Anita Malfatti, em 1917.A  exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com aos adeptos da arte acadêmica. Monteiro Lobato afirma que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não depende do tempo nem da latitude”p. 26. Já Mario de Andrade contradiz de uma forma clara as idéias em que se dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado os que pretendiam que a arte fosse uma cópia fiel do real; do outro, os que almejavam tal liberdade criadora, que não se sentisse cercado pelos limites da realidade.Essa divisão de estética conservadora e renovadora prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Estes eventos foram o marco mais concretizador de uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte. Otávio Paz que é característica do moderno a tradição de ruptura. E, de forma aparentemente contraditória, diz: “O que distingue a modernidade é a crítica: o novo se opõe e essa oposição é a ‘continuidade’ da tradição”. Essa noção se soma à idéia da Modernidade como “filha do tempo retilíneo: o presente não repete o passado e cada instante é único, diferente e auto-suficiente”. Percebemos três dados fundamentais sobre o fenômeno da Modernidade: a tradição da ruptura, a tradição na continuidade de oposição ao passadismo, o presente como experiência singular. Quando ela deixou de ser crítica, como aponta em relação da vanguarda atual, assinala-se o fim da Modernidade, através de uma prolongação do “moderno”, “tradição que se mobiliza”, passando-nos na verdade a imagem da perda de sua vitalidade. (Octávio Paz, “Invenção, subdesenvolvimento, modernidade”, in signos em rotação, São Paulo, Perspectiva, 1972.

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